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Déjàvu

  • Foto do escritor: Mateus Santos
    Mateus Santos
  • 4 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura


Te vejo em todo lugar.


Quando fico em casa, preso na quarentena, te vejo na televisão, como uma personagem de uma série que eu gosto. Ou em um filme romântico. Elas definitivamente não tem o seu sorriso, o seu jeito de colocar o cabelo atrás da orelha ou o modo de coçar o nariz, mas te vejo.


Quando saio pelo condomínio, na minha caminhada diária, te vejo no vento. Na forma como ele me abraça suavemente, de forma carinhosa e intensa, o jeito como ele me traz alívio pro coração e faz com que eu me sinta a melhor versão de mim mesmo. Claro que ele não tem os seus braços quentes e o seu toque divino, mas te vejo.


Quando fico na minha sacada, te vejo na natureza. No jeito como tudo parece seguir uma engrenagem suprema, funcionando de forma perfeita e, principalmente, na forma como o cheiro de grama molhada chega até o meu nariz, me trazendo paz. Nem a mais bela parte da natureza tem o seu cheiro adocicado ou o seu perfume embriagante, mas te vejo.


Quando toco violão e tento arranhar algum acorde novo, te vejo na música. Porque você sempre foi música pra mim. Na forma como aquilo entra nos meus ouvidos tranquilamente, como tudo parece se encaixar quando se tem a trilha sonora certa. Mas nem o som do meu violão ou de qualquer cantor em qualquer playlist é como te ouvir cantando, mas te vejo.

Quando eu ando no metrô, no meio daquela multidão, de alguma forma te vejo claramente. Centenas de pessoas diferentes lá no meio, mochilas das mais variadas cores e rostos diferentes, mas, no meio de tudo isso, te vejo e vejo sua mochila vermelha. Corro pra te tocar, pra te dizer que senti saudades, pra te abraçar como se fosse a primeira vez. Não é você, mas te vejo.


Quando toca aquela nossa música, te vejo. Como naquela noite que viajamos dividindo o fone de ouvido, escutando as minhas músicas preferidas. Naquele dia, tudo parecia que iria ficar bem, independentemente do que acontecesse. Não é nada como aquela noite, você não está do meu lado, não estamos juntos, talvez as coisas não fiquem bem, mas te vejo.

Quando eu estou com outra pessoa, te vejo. Como naquele estacionamento vazio ou naquele prédio alto ou naquela noite luminosa, comigo perto de você e você perto de mim. Não é você, não se parece com você e não tem o mesmo gosto que você, mas te vejo. Ou pelo menos espero que eu abra os olhos e seja você.


Porque essa é a rotina dos meus dias.

Pra onde quer que eu olhe, eu te vejo. Em todo lugar.


Sinto o seu cheiro.

O seu hálito.

O seu abraço.

O seu beijo.

O seu toque.

Sinto você por inteira.


Te vejo o tempo inteiro, mesmo quando estou de olhos fechados.

Como se fosse uma eterna lembrança.


Porque é isso que você se tornou, certo?

Um eterno dejavú.

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©2021 por Mateus L. P. Santos

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