Brasileiro com muito orgulho, com muita paixão
- Mateus Santos
- 4 de abr. de 2021
- 2 min de leitura

A cada quatro anos, a maioria dos brasileiros vai ao Google fazer suas pesquisas acerca de quem são os melhores candidatos, quem são os adversários e quem é a melhor opção para nos representar. Normalmente, esse período é uma loucura, principalmente em uma nação tão bipolarizada — com alguns defendendo certos nomes envolvidos em polêmicas recentes e outros que só utilizam as redes sociais para evidenciar o ódio sentido por determinado candidato. 2018 é mais um ano como este: chegou a hora de cada um acessar o Google, conhecer os melhores nomes para a seleção brasileira, fazer o papel de técnico — intrínseco a cada fã de futebol — e palpitar sobre os 23 que devem nos representar na Copa do Mundo.
É a época em que todos se tornam mais patrióticos — afinal, é o momento mais importante do ano, certo? As ruas são pintadas com bandeiras do Brasil, as pessoas saem às pressas para garantirem a sua camisa verde e amarela para ficar na torcida. A maioria dos estabelecimentos inclusive libera os funcionários para que eles possam ir ver os jogos da seleção brasileira. Esse período festeiro, que dura cerca de 31 dias — às vezes um pouco menos caso o Brasil caia antes da final — é como se fosse Natal, reunindo amigos, familiares e colegas por um propósito maior. Não é à toa que o maior símbolo de esperança da nação é Tite, o técnico da seleção, e Neymar Jr. é um ídolo nacional.
Apesar desse embalo todo que os brasileiros acabam impulsionando durante a Copa do Mundo, há outro macroevento que acontece na nação a cada quatro anos — evidentemente, muito menos importante -, as eleições para a presidência da República. Sinceramente, quem é que gosta de ir ao Google, pesquisar sobre os candidatos e votar naquele que pode resgatar a nação? Ou melhor, não há o que resgatar, vamos focar no hexacampeonato.
Vamos a alguns fatos da Copa de 2014 que evidenciam o bem que o evento faz para a nação brasileira. Estádios foram construídos, realizando o sonho de diversas pessoas, e ficaram lindos — talvez um pouco esquecidos, mas qual o problema?
O Brasil se tornou um dos países com alto grau de movimentação no ramo do turismo e recebemos diversas culturas diferentes — precariamente, você poderia dizer, mas que país sede não enfrenta perrengues? E claro, pouco depois tivemos o outro mini-evento do ano, a tal das eleições. Alguns poderiam dizer que a nação estava em clima de embriaguez por conta da Copa, mas como disse Felipe Scolari, ex-técnico da seleção: “pelo menos alcançamos as semifinais neste ano”.
Sejamos justos, as eleições podem até fazer um pouquinho de diferença nas nossas vidas, mas bom mesmo seria ganhar mais uma Copa — se fosse contra a Alemanha então… Até porque, o próprio Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, disse: “O Brasil não se classificar para a Copa do Mundo será mais grave do que qualquer crise econômica”, ou seja: esqueça a crise, esqueça os escândalos, esqueça a desigualdade social. Durante esse evento, somos todos iguais, não é? Afinal, somos brasileiros, com muito orgulho, com muita paixão — menos que seja para falar de política. Esqueça política, “já é hexa!”.
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